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Já la vai algum tempo desde que tive a minha última longa relaçao amorosa, intensa, profunda, "para sempre", em que me senti completa e como se mais nada importasse no mundo. Até as coisas começarem a desviar-se da minha noção do mundo perfeito e ideal, depois de a pessoa que eu amava ter-se transformado em alguém que eu já não conhecia, depois do futuro que eu idealizei ter-se tornado impossivel com aquela pessoa, terminei. Não sabia se ainda o amava, se ainda havia solução, mas nunca acreditei na ideia de tapar feridas e muito menos acreditava que a infelicidade e tristeza que me tomava na altura iria acabar. A saudade que tive, sempre atribuí como consequência da habituação e lembrança dos momentos felizes. Nunca ao amor.
Construí todo um novo ideal de futuro, criei novas metas para lutar e atingir, tornei-me forte, mudei, mudei-me, viajei, e atravesso um percurso longo de aprendizagem de mim mesma. Ainda não sei quem sou, mas sinto que cada vez estou mais perto de o conhecer. Já não tenho medo da solidão, apesar de às vezes não me apetecer estar sozinha. Acontecem romances subtís, tão subtis que chegam a quase não ter luz. Mas eu já não tenho medo por isso já ninguém é bom o suficiente.
Aconchego-me aos meus amigos, à minha família e a todas as coisas boas que estou a conquistar em mim própria. Mantenho a inquietude e a vontade de correr outra vez, sozinha, para parte incerta.. Descobrir, novamente, outras formas de viver, sentir que todos os sítios onde vivi, um dia, irão fazer de mim a pessoa que serei, me vai completar e dar sabedoria. Até ao dia em que me vou sentir em casa.